A. As idades da Índia
a) Idade da Pedra
b) Idade do Bronze
b)1 Civilização do Vale do Indo
b)2 Civilização védica
c) Os 16 Mahajanapadas da Idade do Ferro
d) Invasões persa e grega
d) 1 Império aquemênidan
d) 2 O império de Alexandresco
e) Império Magadhacusão
e) 1 Império Gupta
e) 2 Invasão dos hunos brancos
f) Reinos médios tardios - a era clássica
f) 1 Dinastia chola
f) 2 Rajaputros
g) Invasão islâmica
g) 1 Sultanato de Delhi
h) Império Mogol
i) Era pós-mogol
i) 1 Império Marata
i) 2 Panjabe
l) Era colonial
l) 1 Índia britânica
m) Movimento de independência
b) Idade do Bronze
b)1 Civilização do Vale do Indo
b)2 Civilização védica
c) Os 16 Mahajanapadas da Idade do Ferro
d) Invasões persa e grega
d) 1 Império aquemênidan
d) 2 O império de Alexandresco
e) Império Magadhacusão
e) 1 Império Gupta
e) 2 Invasão dos hunos brancos
f) Reinos médios tardios - a era clássica
f) 1 Dinastia chola
f) 2 Rajaputros
g) Invasão islâmica
g) 1 Sultanato de Delhi
h) Império Mogol
i) Era pós-mogol
i) 1 Império Marata
i) 2 Panjabe
l) Era colonial
l) 1 Índia britânica
m) Movimento de independência
a) Idade da Pedra
A cultura da Idade da Pedra no sub-continente indiano coincidiu com o início da colonização pelo homem e progrediu para a agricultura e o desenvolvimento de ferramentas derivadas de objectos naturais ou criados a partir de matérias-primas. A comunidade Mehrgarh constitui-se no estágio preliminar da agricultura no sub-continente e levou ao surgimento da civilização do Vale do Indo, pertencente à Idade do Bronze.
b) Idade do Bronze

As civilizações da Idade do Bronze no sub-continente indiano lançaram as bases da moderna cultura indiana, inclusive o surgimento de assentamentos urbanos e o desenvolvimento das crenças védicas que formam o núcleo do hinduísmo.
b) 1 – Civilização do Vale do Indo
A irrigação do Vale do Indo, que fornecia recursos suficentes para sustentar grandes centros urbanos como Harappa e Mohenjo-daro em cerca de 2500 a.C., marcou o início da civilização harappa. Aquele período testemunhou o nascimento da primeira sociedade urbana na Índia, conhecida como a civilização do Vale do Indo (ou civilização harappa), que floresceu entre 2500 e 1900 a.C.. Concentrava-se em volta do rio Indo e seus tributários e estendia-se ao doab Ganges-Yamuna, ao Guzarate e ao norte do actual Afeganistão.
Esta civilização caracterizava-se pelas suas cidades construídas com tijolos, por sistemas de águas pluviais e por casas com vários andares. Quando comparada com as civilizações contemporâneas como o Egipto e a Suméria, a cultura do Indo dispunha de técnicas de planeamento urbano singulares, cobria uma área geográfica mais extensa e pode ter formado um Estado unificado, como sugere a extraordinária uniformidade dos seus sistemas de medida. As referências históricas mais antigas à Índia talvez sejam as relativas a "Meluhha", em registos sumérios, que poderia ser a civilização do Vale do Indo.
As ruínas de Mohenjo-daro constituíam o centro daquela antiga sociedade. Os assentamentos da civilização do Indo disseminaram-se até as modernas Bombaim, ao sul, Delhi, a leste, e a fronteira iraniana, a oeste, limitando com os Himalaias a norte. Os principais centros urbanos eram Harappa e Mohenjo-daro, bem como Dholavira, Ganweriwala, Lothal, Kalibanga e Rakhigarhi. No seu zénite, como crêem alguns arqueólogos, a civilização do Indo talvez contivesse uma população de mais de cinco milhões de habitantes. Até ao presente, mais de 2500 antigas cidades e assentamentos foram identificados, em geral na região a leste do rio Indo no actual Paquistão. Alguns acreditam que as perturbações geológicas e as mudanças climáticas, responsáveis pelo desmatamento gradual, teriam contribuído para a queda daquela civilização. Em meados do II milénio a.C., a região da bacia do rio Indo, que inclui cerca de dois terços dos sítios actualmente conhecidos, secou, levando a população a abandonar os assentamentos.
Esta civilização caracterizava-se pelas suas cidades construídas com tijolos, por sistemas de águas pluviais e por casas com vários andares. Quando comparada com as civilizações contemporâneas como o Egipto e a Suméria, a cultura do Indo dispunha de técnicas de planeamento urbano singulares, cobria uma área geográfica mais extensa e pode ter formado um Estado unificado, como sugere a extraordinária uniformidade dos seus sistemas de medida. As referências históricas mais antigas à Índia talvez sejam as relativas a "Meluhha", em registos sumérios, que poderia ser a civilização do Vale do Indo.
As ruínas de Mohenjo-daro constituíam o centro daquela antiga sociedade. Os assentamentos da civilização do Indo disseminaram-se até as modernas Bombaim, ao sul, Delhi, a leste, e a fronteira iraniana, a oeste, limitando com os Himalaias a norte. Os principais centros urbanos eram Harappa e Mohenjo-daro, bem como Dholavira, Ganweriwala, Lothal, Kalibanga e Rakhigarhi. No seu zénite, como crêem alguns arqueólogos, a civilização do Indo talvez contivesse uma população de mais de cinco milhões de habitantes. Até ao presente, mais de 2500 antigas cidades e assentamentos foram identificados, em geral na região a leste do rio Indo no actual Paquistão. Alguns acreditam que as perturbações geológicas e as mudanças climáticas, responsáveis pelo desmatamento gradual, teriam contribuído para a queda daquela civilização. Em meados do II milénio a.C., a região da bacia do rio Indo, que inclui cerca de dois terços dos sítios actualmente conhecidos, secou, levando a população a abandonar os assentamentos.
b) 2 – Civilização védica

A civilização védica é a cultura indo-ariana associada com o povo que compôs os Vedas no sub-continente indiano. Incluía o actual Panjabe, na Índia e Paquistão, e a maior parte da Índia setentrional. A relação exacta entre a génese desta civilização e a cultura do Vale do Indo, por um lado, e uma possível imigração indo-ariana, por outro, é motivo de controvérsia.
A maioria dos estudiosos entende que esta civilização floresceu entre os II e I milénios a.C.. O uso do sânscrito védico continuou até o século VI a.C., quando a cultura se começou a transformar nas formas clássicas do hinduísmo. Esta fase da história da Índia é conhecida como o “período védico” ou “era védica”. A sua fase primitiva testemunhou a formação de diversos reinos da Índia antiga; na sua fase tardia (a partir de cerca de 700 a.C.), surgiram os Mahajanapadas, dezasseis grandes reinos no norte e no noroeste da Índia. Seguiram-se-lhe a Idade de Ouro do hinduísmo e da literatura em sânscrito clássico, o Império Maurya (a partir de cerca de 320 a.C.) e os reinos médios da Índia (a partir do século II a.C.).
Além dos principais textos do hinduísmo (os Vedas), os grandes épicos indianos (Ramáiana e Maabárata), inclusive as famosas histórias de Rama e Krishna, teriam a sua origem neste período, a partir de uma tradição oral. O Bhagavad Gita, outro bem-conhecido texto primário do hinduísmo, está contido no Maabárata.
Dataria desta época a organização da sociedade indiana em quatro varnas (castas).É nesta época que se encontram as raízes da religião hindu. Entre as suas raízes está a religião védica da Idade do Ferro na Índia e, como tal, o hinduísmo é citado frequentemente como a "religião mais antiga", a "mais antiga tradição viva" ou a "mais antiga das principais tradições existentes". É formado por diferentes tradições e composto por diversos tipos, e não possui um fundador. Estes tipos, sub-tradições e denominações, quando somadas, fazem do hinduísmo a terceira maior religião, depois do Cristianismo e do Islamismo.
Os hindus acreditam num espírito supremo cósmico, que é adorado de muitas formas, representado por divindades individuais. O hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são vistos como meios de ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes, e realizar a verdadeira natureza de seu Ser.
A teologia hinduísta se fundamenta no culto aos avatares (manifestações corporais) da divindade suprema, Brâmane. Particular destaque é dado à Trimurti - uma trindade constituída por Brama (Brahma), Xiva (Shiva) e Vixnu (Vishnu). Tradicionalmente o culto directo aos membros da Trimurti é relativamente raro - em vez disso, costuma-se prestar culto aos avatares mais específicos e mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, como por exemplo Críxena (Krishna), avatar de Vixnu e personagem central do Bagavadguitá. Os hindus cultuam cerca de 330 mil divindades diferentes.
A maioria dos estudiosos entende que esta civilização floresceu entre os II e I milénios a.C.. O uso do sânscrito védico continuou até o século VI a.C., quando a cultura se começou a transformar nas formas clássicas do hinduísmo. Esta fase da história da Índia é conhecida como o “período védico” ou “era védica”. A sua fase primitiva testemunhou a formação de diversos reinos da Índia antiga; na sua fase tardia (a partir de cerca de 700 a.C.), surgiram os Mahajanapadas, dezasseis grandes reinos no norte e no noroeste da Índia. Seguiram-se-lhe a Idade de Ouro do hinduísmo e da literatura em sânscrito clássico, o Império Maurya (a partir de cerca de 320 a.C.) e os reinos médios da Índia (a partir do século II a.C.).
Além dos principais textos do hinduísmo (os Vedas), os grandes épicos indianos (Ramáiana e Maabárata), inclusive as famosas histórias de Rama e Krishna, teriam a sua origem neste período, a partir de uma tradição oral. O Bhagavad Gita, outro bem-conhecido texto primário do hinduísmo, está contido no Maabárata.
Dataria desta época a organização da sociedade indiana em quatro varnas (castas).É nesta época que se encontram as raízes da religião hindu. Entre as suas raízes está a religião védica da Idade do Ferro na Índia e, como tal, o hinduísmo é citado frequentemente como a "religião mais antiga", a "mais antiga tradição viva" ou a "mais antiga das principais tradições existentes". É formado por diferentes tradições e composto por diversos tipos, e não possui um fundador. Estes tipos, sub-tradições e denominações, quando somadas, fazem do hinduísmo a terceira maior religião, depois do Cristianismo e do Islamismo.
Os hindus acreditam num espírito supremo cósmico, que é adorado de muitas formas, representado por divindades individuais. O hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são vistos como meios de ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes, e realizar a verdadeira natureza de seu Ser.
A teologia hinduísta se fundamenta no culto aos avatares (manifestações corporais) da divindade suprema, Brâmane. Particular destaque é dado à Trimurti - uma trindade constituída por Brama (Brahma), Xiva (Shiva) e Vixnu (Vishnu). Tradicionalmente o culto directo aos membros da Trimurti é relativamente raro - em vez disso, costuma-se prestar culto aos avatares mais específicos e mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, como por exemplo Críxena (Krishna), avatar de Vixnu e personagem central do Bagavadguitá. Os hindus cultuam cerca de 330 mil divindades diferentes.
c) Os 16 Mahajanapadas da Idade do Ferro

Os dezasseis Mahajanapadas da Idade do Ferro no sub-continente indiano, estendendo-se principalmente ao longo da planície gangética.
Durante a Idade do Ferro, que começou na Índia em torno de 1000 a.C., diversos pequenos reinos e cidades-estado cobriram o sub-continente, muitos mencionados na literatura védica a partir de 1000 a.C.. Em torno de 500 a.C., dezasseis monarquias e "repúblicas", conhecidas como Mahajanapadas, estendiam-se através das planícies indo-gangéticas, desde o que é hoje o Afeganistão até Bangladesh: Kasi, Kosala, Anga, Magadha, Vajji (ou Vriji), Malla, Chedi, Vatsa (ou Vamsa), Kuru, Panchala, Machcha (ou Matsya), Surasena, Assaka, Avanti, Gandhara e Kamboja. Os maiores dentre aqueles países eram Magadha, Kosala, Kuru e Gandhara. A língua culta daquele período era o sânscrito, enquanto que os dialectos da população em geral do norte da Índia eram conhecidos como “prácritos”.
Os rituais hindus da época eram complicados e conduzidos pela classe sacerdotal. Os Upanixades, textos védicos tardios que lidavam principalmente com filosofia, teriam sido compostos no início daquele período e seriam, portanto, contemporâneos do desenvolvimento do budismo e do jainismo, o que indicaria uma idade do ouro filosófica naquele momento, semelhante ao que ocorreu na Grécia antiga. Em 537 a.C., Gautama Buda atingiu a iluminação e fundou o budismo, inicialmente visto como um complemento ao darma védico. No mesmo período, em meados do século VI a.C., Mahavira fundou o jainismo. Ambas as religiões tinham uma doutrina simples e eram pregadas em prácrito, o que ajudava a disseminá-las entre as massas. Embora o impacto geográfico do jainismo tenha sido limitado, freiras e monges budistas levaram os ensinamentos de Buda à Ásia Central e Oriental, Tibete, Sri Lanka e Sudeste asiático.
Os Mahajanapadas eram, grosso modo, o equivalente às cidades-estado gregas do mesmo período no Mediterrâneo, e produziam uma filosofia que viria a formar a base de grande parte das crenças do mundo oriental, da mesma maneira que a Grécia antiga produziria uma filosofia que influenciaria grande parte das crenças do mundo ocidental. O período encerrou-se com as invasões persa e grega e a ascensão subsequente de um único império indiano a partir do reino de Magadha.
Durante a Idade do Ferro, que começou na Índia em torno de 1000 a.C., diversos pequenos reinos e cidades-estado cobriram o sub-continente, muitos mencionados na literatura védica a partir de 1000 a.C.. Em torno de 500 a.C., dezasseis monarquias e "repúblicas", conhecidas como Mahajanapadas, estendiam-se através das planícies indo-gangéticas, desde o que é hoje o Afeganistão até Bangladesh: Kasi, Kosala, Anga, Magadha, Vajji (ou Vriji), Malla, Chedi, Vatsa (ou Vamsa), Kuru, Panchala, Machcha (ou Matsya), Surasena, Assaka, Avanti, Gandhara e Kamboja. Os maiores dentre aqueles países eram Magadha, Kosala, Kuru e Gandhara. A língua culta daquele período era o sânscrito, enquanto que os dialectos da população em geral do norte da Índia eram conhecidos como “prácritos”.
Os rituais hindus da época eram complicados e conduzidos pela classe sacerdotal. Os Upanixades, textos védicos tardios que lidavam principalmente com filosofia, teriam sido compostos no início daquele período e seriam, portanto, contemporâneos do desenvolvimento do budismo e do jainismo, o que indicaria uma idade do ouro filosófica naquele momento, semelhante ao que ocorreu na Grécia antiga. Em 537 a.C., Gautama Buda atingiu a iluminação e fundou o budismo, inicialmente visto como um complemento ao darma védico. No mesmo período, em meados do século VI a.C., Mahavira fundou o jainismo. Ambas as religiões tinham uma doutrina simples e eram pregadas em prácrito, o que ajudava a disseminá-las entre as massas. Embora o impacto geográfico do jainismo tenha sido limitado, freiras e monges budistas levaram os ensinamentos de Buda à Ásia Central e Oriental, Tibete, Sri Lanka e Sudeste asiático.
Os Mahajanapadas eram, grosso modo, o equivalente às cidades-estado gregas do mesmo período no Mediterrâneo, e produziam uma filosofia que viria a formar a base de grande parte das crenças do mundo oriental, da mesma maneira que a Grécia antiga produziria uma filosofia que influenciaria grande parte das crenças do mundo ocidental. O período encerrou-se com as invasões persa e grega e a ascensão subsequente de um único império indiano a partir do reino de Magadha.
d) Invasões persa e grega
Na altura do século V a.C., o norte do sub-continente indiano foi invadido pelo Império Aqueménida e, no final do século IV a.C., pelos gregos do exército de Alexandre, o Grande. Ambos os eventos repercutiram fortemente na civilização indiana, pois os sistemas políticos dos persas viriam a influenciar a filosofia política indiana, inclusive a administração da dinastia maurya, e formou-se um cadinho das culturas indiana, persa, centro-asiática e grega no que é hoje o Afeganistão, de modo a produzir uma singular cultura híbrida.
d) 1 – Império aqueménidan
Grande parte do noroeste do sub-continente indiano (actualmente o leste do Afeganistão e quase todo o Paquistão) foi governada pelo Império Persa aqueménida a partir de cerca de 520 a.C. (durante o reinado de Dario, o Grande) até a sua conquista por Alexandre, o Grande. Os aqueménidas, cujo controlo sobre a região durou 186 anos, usavam a escrita aramaica para a língua persa. Com o fim da dinastia, a escrita grega passou a ser mais comum.
d) 2 – O império de Alexandresco
A interacção entre a Grécia helenística e o budismo teve início com a conquista da Ásia Menor e do Império Aqueménida por Alexandre, o Grande. Posteriormente, o monarca macedónio atingiu as fronteiras noroeste do sub-continente indiano em 334 a.C.. Ali, derrotou o Rei Poro na batalha de Hidaspes (próximo da actual Jhelum, Paquistão) e apoderou-se da maior parte do actual Panjabe. Entretanto, as tropas de Alexandre recusaram-se a prosseguir além do Hifasis (rio Beas), próximo da actual Jalandhar, Índia. O monarca atravessou então o curso d´água e mandou erguer altares para marcar o extremo oriental de seu império.
f) Império Magadhacusão
Originalmente, Magadha era um dos dezasseis Mahajanapadas indo-arianos da Índia Antiga. O reino emergiu como uma grande potência após subjugar dois Estados vizinhos, e era dono de um exército incomparável na região.
Em 326 a.C., o exército de Alexandre, o Grande, aproximou-se das fronteiras do Império Magadha. As tropas, exaustas e receosas de enfrentar mais um gigantesco exército indiano no rio Ganges, amotinaram-se no rio Hifasis e recusaram-se a prosseguir em direcção a leste. Naquelas condições, Alexandre decidiu avançar para sul, seguindo o Indo até o Oceano.
A partir de então, formaram um império que controlou o centro e o sul da Índia (o Decão), mantendo a ordem naquela porção do sub-continente, em especial após o fim dos mauryas e em face das sucessivas ondas de invasores vindos do noroeste.
Os andaras competiam pela supremacia na planície gangética com o Império Sunga, que controlava o nordeste da Índia entre c. 185 a.C. e 73 a.C..
Bateram-se ao longo do tempo contra os indo-gregos, os sátrapas ocidentais (indo-citas) e os indo-partos (partos). Embora pudessem resistir aos avanços dos seu inimigos (os andaras dispunham talvez das forças armadas mais poderosas da época na Ásia), os conflitos com os impérios constituídos pelos invasores de noroeste terminaram por enfraquecê-los até que, em cerca de 220, a dinastia extinguiu-se.
Em 326 a.C., o exército de Alexandre, o Grande, aproximou-se das fronteiras do Império Magadha. As tropas, exaustas e receosas de enfrentar mais um gigantesco exército indiano no rio Ganges, amotinaram-se no rio Hifasis e recusaram-se a prosseguir em direcção a leste. Naquelas condições, Alexandre decidiu avançar para sul, seguindo o Indo até o Oceano.
A partir de então, formaram um império que controlou o centro e o sul da Índia (o Decão), mantendo a ordem naquela porção do sub-continente, em especial após o fim dos mauryas e em face das sucessivas ondas de invasores vindos do noroeste.
Os andaras competiam pela supremacia na planície gangética com o Império Sunga, que controlava o nordeste da Índia entre c. 185 a.C. e 73 a.C..
Bateram-se ao longo do tempo contra os indo-gregos, os sátrapas ocidentais (indo-citas) e os indo-partos (partos). Embora pudessem resistir aos avanços dos seu inimigos (os andaras dispunham talvez das forças armadas mais poderosas da época na Ásia), os conflitos com os impérios constituídos pelos invasores de noroeste terminaram por enfraquecê-los até que, em cerca de 220, a dinastia extinguiu-se.
e) 1 – Império Gupta

Da mesma forma que os andaras, os guptas foram uma dinastia nativa da Índia que se opôs aos invasores de noroeste. Nos séculos IV e V, a dinastia gupta unificou a Índia setentrional. Naquele período, conhecido como a Idade do Ouro indiana, a cultura, a política e a administração hindus atingiram patamares sem precedentes. Com o colapso do império no século VI, a Índia voltou a ser governada por diversos reinos regionais.
As suas origens são, em grande medida, desconhecidas. O viajante chinês I-tsing fornece a mais antiga prova da existência de um reino gupta em Magadha. Acredita-se que os puranas védicos foram redigidos naquela época; deve-se ao Império Gupta, também, a invenção dos conceitos de zero e infinito e os símbolos para o que viria a ser conhecido como os algarismos arábicos (1-9). O império chegou ao fim com o ataque dos hunos brancos provenientes da Ásia Central. Uma linhagem menor do clã gupta, que continuou a reinar em Magadha após a desintegração do império, foi finalmente destronada pelo Harshavardhana, que reunificou o norte do sub-continente na primeira metade do século VII.
As suas origens são, em grande medida, desconhecidas. O viajante chinês I-tsing fornece a mais antiga prova da existência de um reino gupta em Magadha. Acredita-se que os puranas védicos foram redigidos naquela época; deve-se ao Império Gupta, também, a invenção dos conceitos de zero e infinito e os símbolos para o que viria a ser conhecido como os algarismos arábicos (1-9). O império chegou ao fim com o ataque dos hunos brancos provenientes da Ásia Central. Uma linhagem menor do clã gupta, que continuou a reinar em Magadha após a desintegração do império, foi finalmente destronada pelo Harshavardhana, que reunificou o norte do sub-continente na primeira metade do século VII.
e) 2 – Invasão dos hunos brancos
Os hunos brancos aparentemente integravam o grupo heftalita que se estabeleceu no território correspondente ao Afeganistão, na primeira metade do século V, com capital em Bamiyan. Foram os responsáveis pela queda do Império Gupta, encerrando o que os historiadores consideram uma Idade do Ouro da Índia setentrional. Entretanto, grande parte do Decão e a Índia meridional mantiveram-se ao largo dos sobressaltos ocorridos ao norte.
O imperador gupta Skandagupta repeliu uma invasão huna em 455, mas os hunos brancos continuaram a pressionar a fronteira noroeste (actual Paquistão) e terminaram por penetrar o norte da Índia no final do século V, de maneira a acelerar a desintegração do Império Gupta. Após o século VI, há poucos registos na Índia acerca dos hunos. O seu destino é incerto: alguns estudiosos pensam que os invasores foram assimilados pela população local; outros sugeriram que os hunos seriam os ancestrais dos rajaputros.
O imperador gupta Skandagupta repeliu uma invasão huna em 455, mas os hunos brancos continuaram a pressionar a fronteira noroeste (actual Paquistão) e terminaram por penetrar o norte da Índia no final do século V, de maneira a acelerar a desintegração do Império Gupta. Após o século VI, há poucos registos na Índia acerca dos hunos. O seu destino é incerto: alguns estudiosos pensam que os invasores foram assimilados pela população local; outros sugeriram que os hunos seriam os ancestrais dos rajaputros.
f) Reinos médios tardios – a era clássica
Esta fase histórica pode ser definida como o período entre a queda do Império Gupta e as conquistas de Harshavardhana, por um lado, e o surgimento dos primeiros sultanatos islâmicos na Índia com o correspondente declínio do Império meridional Vijaynagar, no século XIII, por outro. Naquela fase destacaram-se o Reino Chola, no território correspondente ao norte de Tâmil Nadu, e o Reino Chera, no que é hoje Kerala. Os portos da Índia meridional dedicavam-se então ao comércio do Oceano Índico, especialmente de especiarias, com o Império Romano a oeste e o sudeste da Ásia a leste. No norte, estabeleceu-se o primeiro dos Rajaputros, uma série de reinos que sobreviveria em certa medida por quase um milénio até a independência indiana frente aos britânicos. O período assistiu uma produção artística considerada a epítome do desenvolvimento clássico; os principais sistemas espirituais e filosóficos locais continuaram a ser o hinduísmo, o budismo e o jainismo.
No norte, sucederam o império formado por Harshavardhana as dinastias Pratihara, de Malwa (no actual Rajastão), Pala, de Bengala, e Rashtrakuta, do Decão, entre os séculos VII e IX. No sul e no centro, surgiram o Império Chalukya, de Badami (no actual Karnataka), e Pallavi, de Kanchipuram (no actual Tâmil Nadu), entre os séculos VI e VIII.
No norte, sucederam o império formado por Harshavardhana as dinastias Pratihara, de Malwa (no actual Rajastão), Pala, de Bengala, e Rashtrakuta, do Decão, entre os séculos VII e IX. No sul e no centro, surgiram o Império Chalukya, de Badami (no actual Karnataka), e Pallavi, de Kanchipuram (no actual Tâmil Nadu), entre os séculos VI e VIII.
f) 1 – Dinastia chola
Os cholas emergiram como o império mais poderoso do sub-continente no século IX e mantiveram o seu domínio até ao século XII. Como uma dinastia de origem tâmil, o seu centro de poder localizava-se no sul da península indiana. O seu apogeu ocorreu durante os séculos X, XI e XII, quando governavam um território que incluía o sul do sub-continente, as ilhas Maldivas e parte do Ceilão, chegando em certo momento até o Ganges, ao norte, e ao Arquipélago Malaio, além de certos pontos ao longo do Golfo de Bengala.
Enquanto os cholas dominavam o sul, ao norte três reinos disputavam a supremacia: os pratiharas, no actual Rajastão, o Império Pala, nos actuais Bihar e Bengala, e os rashtrakutas, no Decão.
Enquanto os cholas dominavam o sul, ao norte três reinos disputavam a supremacia: os pratiharas, no actual Rajastão, o Império Pala, nos actuais Bihar e Bengala, e os rashtrakutas, no Decão.
f) 2 – Rajaputros
A história regista os primeiros reinos rajaputros no Rajastão a partir do século VII, mas foi nos séculos IX a XI que passaram a participar activamente os acontecimentos no sub-continente. As diversas dinastias rajaputras posteriormente governaram boa parte da Índia setentrional. Como regra geral, os rajaputros, devido à sua localização no norte do sub-continente indiano, foram os que mais enfrentaram as invasões islâmicas e a subsequente expansão dos sultanatos muçulmanos. No período histórico posterior, cooperaram com o Império Mogol.
g) Invasão islâmica
A invasão do sub-continente indiano por tribos e impérios estrangeiros foi frequente ao longo da história, e costumava terminar com o invasor absorvido pelo cadinho sócio-cultural indiano. A diferença, na fase histórica em apreço, é que os Estados muçulmanos invasores - em geral, de origem turcomana - mantiveram, uma vez instalados no sub-continente, o seu caráter islâmico, com repercussões até os dias de hoje.
A primeira incursão muçulmana (árabe omíada) de monta ocorreu no século VIII, contra o Baluchistão, Sind e o Panjabe, resultando em Estados islâmicos sobre os quais o controlo do Califado era muito ténue. No início do século XI, a dinastia ghaznávida (de Ghazni, cidade do actual Afeganistão), de origem turcomana, avançou sobre o oeste e o norte da Índia, conquistando o Panjabe; a Caxemira, o Rajastão e Guzerate permaneceram sob controlo dos rajaputros. No século XII, os ghóridas, uma dinastia também turcomana e originalmente do Afeganistão, venceram o império ghaznávida e alguns Rajahs do norte da Índia e lograram conquistar Delhi, ali fundando (já no século XIII) o Sultanato de Delhilhi.
A primeira incursão muçulmana (árabe omíada) de monta ocorreu no século VIII, contra o Baluchistão, Sind e o Panjabe, resultando em Estados islâmicos sobre os quais o controlo do Califado era muito ténue. No início do século XI, a dinastia ghaznávida (de Ghazni, cidade do actual Afeganistão), de origem turcomana, avançou sobre o oeste e o norte da Índia, conquistando o Panjabe; a Caxemira, o Rajastão e Guzerate permaneceram sob controlo dos rajaputros. No século XII, os ghóridas, uma dinastia também turcomana e originalmente do Afeganistão, venceram o império ghaznávida e alguns Rajahs do norte da Índia e lograram conquistar Delhi, ali fundando (já no século XIII) o Sultanato de Delhilhi.
g) 1 – Sultanato de Delhi
O Sultanato de Delhi (1206-1526) expandiu-se rapidamente até incluir a maior parte da Índia setentrional, do passo Khyber até Bengala. Posteriormente, conquistou o Guzerate e Malwa e voltou-se para o sul, chegando até o actual Tâmil Nadu. A expansão para o sul continuou pelas mãos do Sultanato Bahmani, que se separara de Delhi, e dos cinco sultanatos independentes do Decão, sucessores de Bahmani após 1518. O reino de Vijayanagar uniu o sul da Índia e bloqueou o avanço muçulmano até cair frente aos sultanatos decanis, em 1565.
Talvez a contribuição mais importante do Sultanato tenha sido o seu sucesso temporário em isolar o sub-continente da potencial devastação provocada pela invasão mongol da Ásia Central no século XIII. O Sultanato de Delhi foi absorvido em 1526 pelo Império Mogol.
Talvez a contribuição mais importante do Sultanato tenha sido o seu sucesso temporário em isolar o sub-continente da potencial devastação provocada pela invasão mongol da Ásia Central no século XIII. O Sultanato de Delhi foi absorvido em 1526 pelo Império Mogol.
h) Império Mogol

Em 1526, um descendente de Tamerlão chamado Babur, de origem turco-perso-mongol, atravessou o Passo Khyber, invadiu o sub-continente e estabeleceu o que viria a ser o Império Mogol, que perduraria por mais de dois séculos e cobriria um território ainda maior do que o do Império Maurya. Por volta de 1600, a dinastia mogol já controlava a maior parte do sub-continente; entrou em declínio após 1707 e foi finalmente invadida pelos britânicos em 1857, após a revolta dos sipais. Este período foi marcado por grandes mudanças sociais, ocorridas numa sociedade de maioria hindu, governada por grão-mogóis (imperadores) muçulmanos que, alguns, adotavam uma postura de tolerância religiosa, outros, destruíam templos hindus e cobravam impostos dos não-muçulmanos.
Da mesma maneira pela qual os conquistadores mongóis da China e da Pérsia tinham adoptado a cultura local, os mogóis professavam uma política de integração com a cultura indiana, que contribui para explicar o seu sucesso em comparação com o Sultanato de Delhi. Os grão-mogóis casaram-se com a realeza local, aliaram-se com marajás e procuraram fundir a sua cultura turco-persa com as tradições indianas.
Da mesma maneira pela qual os conquistadores mongóis da China e da Pérsia tinham adoptado a cultura local, os mogóis professavam uma política de integração com a cultura indiana, que contribui para explicar o seu sucesso em comparação com o Sultanato de Delhi. Os grão-mogóis casaram-se com a realeza local, aliaram-se com marajás e procuraram fundir a sua cultura turco-persa com as tradições indianas.
i) Era pós-mogol
i) 1 – Império Marata
O Império Marata (posteriormente conhecido como Confederação Marata) foi um Estado hindu que existiu entre 1674 e 1818 e que esteve frequentemente em guerra com o Império Mogol muçulmano, contribuindo para o declínio deste último. Foi a força predominante no sub-continente durante a maior parte do século XVIII e logrou conter o avanço dos colonizadores britânicos. Disputas internas e três guerras anglo-maratas (final do século XVIII e início do século XIX) puseram fim ao império, cujo território foi em grande medida anexado ao Império Britânico, embora algumas regiões se tenham mantido nominalmente independentes como Estados principescos vinculados à Índia britânica.
i) 2 – Panjabe
Entre 1716 e 1799, o Panjabe foi governado por um conjunto de Estados siques de médio porte conhecido como Confederação Sique. Embora em termos políticos a confederação fosse descentralizada, os Estados integrantes eram unidos em torno de uma cultura e religião comuns, representados pela religião sique. As duas guerras anglo-siques (1845 a 1849) resultaram na absorção do Panjabe pela Índia britânica.
l) Era colonial
A descoberta da rota marítima para a Índia em 1498, por Vasco da Gama, sinalizou o início do estabelecimento de territórios controlados pelas potências europeias no sub-continente. Os portugueses constituíram bases em Goa, Damão, Diu e Bombaim, entre outras. Seguiram-se os franceses e os holandeses no século XVII.
l) 1 – Índia britânica
(A Índia Portuguesa encontra-se numa secção própria)

A Companhia Inglesa das Índias Orientais estabeleceu uma primeira base em Bengala, em 1757. Na altura dos anos 1850, os britânicos já controlavam quase todo o sub-continente, inclusive o território correspondente aos actuais Paquistão e Bangladesh. A revolta dos sipais, de 1857, forçou a companhia a transferir a administração da Índia para a coroa britânica.
m) Movimento de independência (para a história da Índia após 1947)
Organizações sociais fundadas no final do século XIX e início do século XX para defender os interesses indianos junto do governo da Índia britânica transformaram-se em movimentos de massa contra a presença britânica no sub-continente, agindo por meio de acções parlamentares e resistência não-violenta. Após a divisão da Índia, ou seja, a separação do antigo Raj britânico entre a República da Índia e o Paquistão, em Agosto de 1947, o mundo testemunhou a maior migração maciça da história, quando um total de 12 milhões de hindus, siques e muçulmanos cruzaram a fronteira da Índia com o Paquistão Ocidental e a fronteira da Índia com o Paquistão Oriental.