PORTUGAL ANTES DOS DESCOBRIMENTOS - ATÉ 1415:

a) Os antecedentes europeus - 1241-1439:
Os europeus tinham conhecimentos remotos sobre o continente Asiático, vindos de relatos parciais, muitas das vezes obscurecidos por lendas, ainda dos tempos das explorações de Alexandre o Grande e dos seus sucessores. Outra fonte eram relatos árabes do tempo da ocupação cristã da Palestina e dos reinos cristãos da altura das cruzadas. Pouco era conhecido para lá da Anatólia e do mar Cáspio, regiões bárbaras nos limites, sítios dos últimos cristãos "civilizados". O continente africano era conhecido parcialmente, não se conhecendo o seu limite a Sul, ou sequer se haveria esse limite, existindo apenas relatos de grandes reinos africanos para lá do Sahara, sendo o conhecimento real dos europeus das costas mediterrânicas e pouco mais, já que o bloqueio árabe não permitia explorações mais aprofundadas, senão o dos contactos com os escravos negros vendidos na Europa. O conhecimento das costas africanas atlânticas era remoto e provinha essencialmente de mapas antigos e de relatos de um tempo estranho e distante em que os romanos chegaram a explorar a Mauritânia. Do mar Vermelho, sabia-se da sua existência e pouco mais, sendo que só com o desenvolvimento dos laços comerciais das repúblicas marítimas italianas, Génova e Veneza principalmente, se começou a verdadeira exploração dessa zona.
Viagens medievais por terra
O prelúdio para a Era dos Descobrimentos foi uma série de expedições que atravessaram Eurásia por terra na Baixa Idade Média. Embora os mongóis tivessem ameaçado a Europa com a pilhagem e destruição, os estados mongóis também unificaram grande parte da Eurásia. A partir de 1206, a Pax Mongolica permitiu criar rotas comerciais e vias de comunicação que se estendiam desde o Médio Oriente até à China. Uma série de europeus aproveitaram para explorar o Oriente. Estes eram maioritariamente italianos, pois o comércio entre a Europa e o Médio Oriente era então quase totalmente controlado por comerciantes das Repúblicas marítimas - Génova, Veneza e Ragusa. A estreita relação dos italianos com o Levante suscitou uma grande curiosidade e interesse comercial sobre os países situados a oriente.
O primeiro desses viajantes foi Giovanni da Pian del Carpine, que viajou para a Mongólia e de volta entre 1241-1247. O viajante mais famoso, porém, foi o veneziano Marco Pólo que na sua obra "As Viagens" relatou as suas viagens em toda a Ásia entre 1271-1295, descrevendo ter sido um convidado da Dinastia Yuan na corte de Kublai Khan. A sua obra foi lida por toda a Europa e tornou-se num dos grandes mananciais de informação na época. De 1325-1354, um estudioso marroquino de Tânger, Ibn Battuta, viajou do Norte de África ao Sul da Europa, Médio Oriente e Ásia, tendo chegado à China. Após regressar, ditou o relato destas viagens a um estudioso que conhecera em Granada, a Rihla, ("A viagem"), única e então pouco divulgada fonte de informação sobre suas aventuras. Em 1439, Niccolò Da Conti publicou um relato das suas viagens à Índia e ao Sudeste Asiático.
Estas viagens tiveram contudo pouco efeito imediato: o Império Mongol desmoronou-se quase tão rápido como se formara fazendo com que as rotas para o Oriente se tornassem muito mais difíceis e perigosas. A epidemia de peste negra do século XIV também bloqueou as viagens e o comércio e a ascensão da agressiva e expansionista do Império Otomano, que em 1453 viria a tomar Constantinopla, limitou ainda mais as rotas terrestres para a Ásia.
(selecção retirada do site http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_dos_Descobrimentos)
b) A situação interna de Portugal - Elaine Sanceau, “D. Henrique, o Navegador”:
"O reinado de D. João I foi uma época de restauração, e nesta obra trabalharam ele e a sua mulher de mãos dadas. Ela não se intrometia na política, nem ele nos regulamentos da sua casa ou na educação dos filhos. Viajavam juntos pelo seu pequeno reino, que se distinguia dos reinos contemporâneos da Europa em estar já unificado. Desde o Algarve mourisco até ao Minho céltico nem havia dialectos contrários, nem províncias semi-independentes, nem senhores feudais com vassalos e subvassalos próprios. Todos os feudos dependiam directamente do rei, todos os castelos eram pertença da coroa e não havia barões salteadores. As quatro ordens de cavalaria – de S. João, de S. Tiago, de Avis e de Cristo – ainda guarneciam os seus castelos, mas já não tinham em Portugal mouros para combater desde que o reino do Algarve fora conquistado aos infiéis havia mais de cem anos.
Os fidalgos portugueses não viviam em torres fortificadas atrás dum fosso e ponte levadiça, como os seus confrades franceses. Moravam em solares rurais abertos, ou quintas, com o produto das quais mantinham o habitual séquito de escudeiros, homens de armas e outros aderentes, prontos a marchar à voz do rei. Em tempo de paz os fidalgos cultivavam as suas terras, ou caçavam o javali, senão o urso, dias a fio, ou viajavam pelo país visitando-se mutuamente. Era verdadeira praga – queixavam-se os burgueses – ter fidalgos entre si, com os seus criados e escudeiros e pajens e os criados dos seus pajens e os pajens dos seus escudeiros! A grande personagem poderia instalar-se no mosteiro mais próximo, mas aboletava todo o seu pessoal nas casas dos citadinos, a quem isto era simplesmente odioso. Felizes das terras que, como a cidade do Porto, possuíam foral que lhes dava direito a excluírem todos os fidalgos!
Os municípios livres ou concelhos de Portugal usufruíam tantas liberdades quantas alguma vez se concederam na Europa Medieval. Em Portugal houve sempre tendência para a autonomia local, e, na Idade Média, a administração estava muito descentralizada. Os concelhos tratavam por si da maior parte dos seus interesses particulares, mediante a aprovação do rei, que, seguido da corte, andava sempre de jornada duma parte para outra do seu reino. Só dois dos filhos de D. João e D. Filipa nasceram na mesma cidade.
Não eram muitos os concelhos que se podiam orgulhar de terem uma grande cidade para sede administrativa. Portugal medievo era principalmente um país agrícola de aldeias dispersas. A sua população constava de soldados e marítimos, lavradores e pescadores. Quase não havia indústrias, poucos eram os grandes centros da vida urbana, e não havia classe média opulenta. Até os grandes portos de mar, como Lisboa e Porto, eram tão agrícolas como marítimos – os maiorais da cidade cultivavam os campos e enviavam os navios para o mar. Os mercadores mais ricos que financiavam o comércio externo eram estrangeiros, na sua maioria italianos. Este comércio era muito intenso, porque Portugal produzia matérias alimentícias em quantidade superior à que a sua escassa população podia consumir, e importava de fora todos os tecidos mas finos. Partindo do estuário do Tejo, da foz do Douro, de Setúbal, Aveiro, Vila do Conde, Viana e Ponde te Lima, as minúsculas embarcações navegavam para o norte até Baiona, Bordéus, Flandres e Ilhas Britânicas, ou para sul e leste até ao Adriático. Portugal medieval exportava vinhos para a Inglaterra, sal para a Irlanda, cortiça e peles para a Flandres e peixe seco para o Levante. Embarcava a cera e o mel das suas colinas perfumadas para o norte da Europa, e para lá enviava também azeite, figos e amêndoas do Algarve. As frotas de retorno transportavam fardos de pano inglês, linho da Irlanda, panos de lã flamengos, e sedas italianas. O tráfego marítimo era tão intenso, que muitas vezes, segundo nos informam, o porto de Lisboa parecia uma floresta de mastros e as suas ruas estreitas andavam coalhadas de estrangeiros.
Estas multidões e o bulício do mundo exterior mal penetravam além da costa. No interior os robustos camponeses lavravam os campos como os Romanos tinham ensinado a seus pais, e regavam-nos no estio seco à moda dos Mouros. Tinham marchado armados de foices e forcados a derrotar o inimigo castelhano, e, terminada a guerra, regressaram às suas aldeias, perdidas entre as colinas vestidas de pinhais. A subida e queda das dinastias pouco lhes interessava. O que eles queriam era um rei que contivesse os estrangeiros fora da sua terra. Os seus avós tinham combatido por ela contra os Mouros, e os Castelhanos não haviam de governar sobre os seus filhos!
Era este o país e o povo que D. João e D. Filipa foram chamados a governar num momento crucial da história da nação. Até então, apesar de todas as suas comunicações marítimas, os Portugueses tinham de certo modo vivido isolados. Com a sua independência constantemente ameaçada, a nação precisava de todas as suas energias simplesmente para existir. A última crise por pouco não lhe fora fatal, mas a vontade de viver do povo triunfara. Faltava agora construir o futuro.
À dinastia de Avis foi cometida a tarefa de dar a um povo arruinado a orientação que lhe faltava, restabelecendo a confiança, inspirando novos ideais. O reinado de D. João, da Boa Memória, foi mais importante na história da Europa do que ele podia ter sonhado, pois foi o período que preparou Portugal para o seu grande século. E D. João e D. Filipa de Lencastre fizeram ainda mais. É a eles que o mundo deve o homem que havia de dirigir os Portugueses por caminhos que nação alguma trilhara ainda e instaurar na Terra uma nova idade.
A 4 de Março de 1394, na cidade do Porto, a rainha D: Filipa deu à luz o seu quarto filho. Foi ele o infante D. Henrique – a quem as gerações futuras chamaram “O Navegador”.
Os europeus tinham conhecimentos remotos sobre o continente Asiático, vindos de relatos parciais, muitas das vezes obscurecidos por lendas, ainda dos tempos das explorações de Alexandre o Grande e dos seus sucessores. Outra fonte eram relatos árabes do tempo da ocupação cristã da Palestina e dos reinos cristãos da altura das cruzadas. Pouco era conhecido para lá da Anatólia e do mar Cáspio, regiões bárbaras nos limites, sítios dos últimos cristãos "civilizados". O continente africano era conhecido parcialmente, não se conhecendo o seu limite a Sul, ou sequer se haveria esse limite, existindo apenas relatos de grandes reinos africanos para lá do Sahara, sendo o conhecimento real dos europeus das costas mediterrânicas e pouco mais, já que o bloqueio árabe não permitia explorações mais aprofundadas, senão o dos contactos com os escravos negros vendidos na Europa. O conhecimento das costas africanas atlânticas era remoto e provinha essencialmente de mapas antigos e de relatos de um tempo estranho e distante em que os romanos chegaram a explorar a Mauritânia. Do mar Vermelho, sabia-se da sua existência e pouco mais, sendo que só com o desenvolvimento dos laços comerciais das repúblicas marítimas italianas, Génova e Veneza principalmente, se começou a verdadeira exploração dessa zona.
Viagens medievais por terra
O prelúdio para a Era dos Descobrimentos foi uma série de expedições que atravessaram Eurásia por terra na Baixa Idade Média. Embora os mongóis tivessem ameaçado a Europa com a pilhagem e destruição, os estados mongóis também unificaram grande parte da Eurásia. A partir de 1206, a Pax Mongolica permitiu criar rotas comerciais e vias de comunicação que se estendiam desde o Médio Oriente até à China. Uma série de europeus aproveitaram para explorar o Oriente. Estes eram maioritariamente italianos, pois o comércio entre a Europa e o Médio Oriente era então quase totalmente controlado por comerciantes das Repúblicas marítimas - Génova, Veneza e Ragusa. A estreita relação dos italianos com o Levante suscitou uma grande curiosidade e interesse comercial sobre os países situados a oriente.
O primeiro desses viajantes foi Giovanni da Pian del Carpine, que viajou para a Mongólia e de volta entre 1241-1247. O viajante mais famoso, porém, foi o veneziano Marco Pólo que na sua obra "As Viagens" relatou as suas viagens em toda a Ásia entre 1271-1295, descrevendo ter sido um convidado da Dinastia Yuan na corte de Kublai Khan. A sua obra foi lida por toda a Europa e tornou-se num dos grandes mananciais de informação na época. De 1325-1354, um estudioso marroquino de Tânger, Ibn Battuta, viajou do Norte de África ao Sul da Europa, Médio Oriente e Ásia, tendo chegado à China. Após regressar, ditou o relato destas viagens a um estudioso que conhecera em Granada, a Rihla, ("A viagem"), única e então pouco divulgada fonte de informação sobre suas aventuras. Em 1439, Niccolò Da Conti publicou um relato das suas viagens à Índia e ao Sudeste Asiático.
Estas viagens tiveram contudo pouco efeito imediato: o Império Mongol desmoronou-se quase tão rápido como se formara fazendo com que as rotas para o Oriente se tornassem muito mais difíceis e perigosas. A epidemia de peste negra do século XIV também bloqueou as viagens e o comércio e a ascensão da agressiva e expansionista do Império Otomano, que em 1453 viria a tomar Constantinopla, limitou ainda mais as rotas terrestres para a Ásia.
(selecção retirada do site http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_dos_Descobrimentos)
b) A situação interna de Portugal - Elaine Sanceau, “D. Henrique, o Navegador”:
"O reinado de D. João I foi uma época de restauração, e nesta obra trabalharam ele e a sua mulher de mãos dadas. Ela não se intrometia na política, nem ele nos regulamentos da sua casa ou na educação dos filhos. Viajavam juntos pelo seu pequeno reino, que se distinguia dos reinos contemporâneos da Europa em estar já unificado. Desde o Algarve mourisco até ao Minho céltico nem havia dialectos contrários, nem províncias semi-independentes, nem senhores feudais com vassalos e subvassalos próprios. Todos os feudos dependiam directamente do rei, todos os castelos eram pertença da coroa e não havia barões salteadores. As quatro ordens de cavalaria – de S. João, de S. Tiago, de Avis e de Cristo – ainda guarneciam os seus castelos, mas já não tinham em Portugal mouros para combater desde que o reino do Algarve fora conquistado aos infiéis havia mais de cem anos.
Os fidalgos portugueses não viviam em torres fortificadas atrás dum fosso e ponte levadiça, como os seus confrades franceses. Moravam em solares rurais abertos, ou quintas, com o produto das quais mantinham o habitual séquito de escudeiros, homens de armas e outros aderentes, prontos a marchar à voz do rei. Em tempo de paz os fidalgos cultivavam as suas terras, ou caçavam o javali, senão o urso, dias a fio, ou viajavam pelo país visitando-se mutuamente. Era verdadeira praga – queixavam-se os burgueses – ter fidalgos entre si, com os seus criados e escudeiros e pajens e os criados dos seus pajens e os pajens dos seus escudeiros! A grande personagem poderia instalar-se no mosteiro mais próximo, mas aboletava todo o seu pessoal nas casas dos citadinos, a quem isto era simplesmente odioso. Felizes das terras que, como a cidade do Porto, possuíam foral que lhes dava direito a excluírem todos os fidalgos!
Os municípios livres ou concelhos de Portugal usufruíam tantas liberdades quantas alguma vez se concederam na Europa Medieval. Em Portugal houve sempre tendência para a autonomia local, e, na Idade Média, a administração estava muito descentralizada. Os concelhos tratavam por si da maior parte dos seus interesses particulares, mediante a aprovação do rei, que, seguido da corte, andava sempre de jornada duma parte para outra do seu reino. Só dois dos filhos de D. João e D. Filipa nasceram na mesma cidade.
Não eram muitos os concelhos que se podiam orgulhar de terem uma grande cidade para sede administrativa. Portugal medievo era principalmente um país agrícola de aldeias dispersas. A sua população constava de soldados e marítimos, lavradores e pescadores. Quase não havia indústrias, poucos eram os grandes centros da vida urbana, e não havia classe média opulenta. Até os grandes portos de mar, como Lisboa e Porto, eram tão agrícolas como marítimos – os maiorais da cidade cultivavam os campos e enviavam os navios para o mar. Os mercadores mais ricos que financiavam o comércio externo eram estrangeiros, na sua maioria italianos. Este comércio era muito intenso, porque Portugal produzia matérias alimentícias em quantidade superior à que a sua escassa população podia consumir, e importava de fora todos os tecidos mas finos. Partindo do estuário do Tejo, da foz do Douro, de Setúbal, Aveiro, Vila do Conde, Viana e Ponde te Lima, as minúsculas embarcações navegavam para o norte até Baiona, Bordéus, Flandres e Ilhas Britânicas, ou para sul e leste até ao Adriático. Portugal medieval exportava vinhos para a Inglaterra, sal para a Irlanda, cortiça e peles para a Flandres e peixe seco para o Levante. Embarcava a cera e o mel das suas colinas perfumadas para o norte da Europa, e para lá enviava também azeite, figos e amêndoas do Algarve. As frotas de retorno transportavam fardos de pano inglês, linho da Irlanda, panos de lã flamengos, e sedas italianas. O tráfego marítimo era tão intenso, que muitas vezes, segundo nos informam, o porto de Lisboa parecia uma floresta de mastros e as suas ruas estreitas andavam coalhadas de estrangeiros.
Estas multidões e o bulício do mundo exterior mal penetravam além da costa. No interior os robustos camponeses lavravam os campos como os Romanos tinham ensinado a seus pais, e regavam-nos no estio seco à moda dos Mouros. Tinham marchado armados de foices e forcados a derrotar o inimigo castelhano, e, terminada a guerra, regressaram às suas aldeias, perdidas entre as colinas vestidas de pinhais. A subida e queda das dinastias pouco lhes interessava. O que eles queriam era um rei que contivesse os estrangeiros fora da sua terra. Os seus avós tinham combatido por ela contra os Mouros, e os Castelhanos não haviam de governar sobre os seus filhos!
Era este o país e o povo que D. João e D. Filipa foram chamados a governar num momento crucial da história da nação. Até então, apesar de todas as suas comunicações marítimas, os Portugueses tinham de certo modo vivido isolados. Com a sua independência constantemente ameaçada, a nação precisava de todas as suas energias simplesmente para existir. A última crise por pouco não lhe fora fatal, mas a vontade de viver do povo triunfara. Faltava agora construir o futuro.
À dinastia de Avis foi cometida a tarefa de dar a um povo arruinado a orientação que lhe faltava, restabelecendo a confiança, inspirando novos ideais. O reinado de D. João, da Boa Memória, foi mais importante na história da Europa do que ele podia ter sonhado, pois foi o período que preparou Portugal para o seu grande século. E D. João e D. Filipa de Lencastre fizeram ainda mais. É a eles que o mundo deve o homem que havia de dirigir os Portugueses por caminhos que nação alguma trilhara ainda e instaurar na Terra uma nova idade.
A 4 de Março de 1394, na cidade do Porto, a rainha D: Filipa deu à luz o seu quarto filho. Foi ele o infante D. Henrique – a quem as gerações futuras chamaram “O Navegador”.